domingo, 10 de agosto de 2014

O ESTILO DOPPELBOCK SEGUNDO O BJCP

Por Letícia Souza Gomes e Artur Neves


O BJCP (Beer Judge Certification Program) define as diretrizes de estilo para cerveja. Nesse guia podemos encontrar todos os estilos conhecidos até hoje, analisando a cerveja sob todos os aspectos: cor, aroma, sabor, corpo,densidade, teor alcoólico e muito mais.

Aroma: Maltoso muito forte. Versões mais escuras apresentam melanoidinas significativas e comumente aromas tostados. Um leve aroma de caramelo devido à fervura prolongada é aceitável. Versões mais leves terão uma forte presença de malte com toques de melanoidina e tostado. Presença quase nula de aroma de lúpulo, sendo que as versões mais claras podem apresentar um leve aroma de lúpulos nobres. Nenhum diacetil. Aroma frutado moderado remetendo a ameixa, ameixa seca ou uva pode estar presente (mas é opcional) em versões escuras devido às reações entre malte, fervura e maturação. Um leve toque de aroma remetente a chocolate pode estar presente em versões mais escuras, mas nunca queimado ou torrado. Álcool moderado pode estar presente.

Aparência: Coloração de dourado profundo a marrom escuro. Versões mais escuras comumente apresentam realces rubis. A longa maturação a frio (lagering) deve proporcionar boa transparência. Generoso colarinho cremoso e persistente (a cor varia com o estilo-base: branca para versões claras, quase branca para versões escuras). Versões mais fortes podem ter retenção de colarinho prejudicada, apresentado lágrimas perceptíveis.

Sabor: Sabor muito rico e maltoso. Versões escuras apresentam melanoidinas e normalmente sabores tostados. Versões mais leves apresentam sabores fortes de malte com toques de melanoidinas e notas tostadas. Um leve sabor de chocolate é opcional em versões mais escuras, mas nuca deve ser percebido como torrado ou queimado. Sabor limpo de lager, sem diacetil. Um pouco de frutado (ameixa, ameixa seca, uva) é opcional em versões mais escuras. Invariavelmente haverá uma presença de álcool, mas deve ser macia e aquecedora e não áspera ou quente. A presença de álcoois superiores deve ser muito baixa e nenhuma. Pouco a nenhum sabor de lúpulo (um pouco mais é aceitável em versões mais claras). Amargor de malte varia de moderado a moderado baixo, mas sempre deve predominar o sabor do malte. A maioria das versões são razoavelmente doces, mas devem dar a impressão de bem atenuadas. O dulçor provém da baixa lupulagem e não de fermentação incompleta. Em geral, versões mais claras apresentam um final mais seco.

Sensação de Boca: Corpo de médio-alto a alto. Carbonatação de moderada a moderadamente baixa. Muito macia sem aspereza ou adstringência.

Impressão Geral: Uma lager muito forte e rica. Uma versão mais robusta do que a Traditional Bock ou a Helles Bock.

História: Uma especialidade da Bavária, inicialmente produzida em Munique pelos monges de São Francisco de Paula. Versões históricas eram menos atenuadas do que as interpretações modernas, consequentemente apresentando maior dulçor e teor alcoólico mais baixo (por tanto considerado como “pão líquido” pelos monges). O termo “Doppel (duplo) Bock” foi cunhado pelos consumidores de Munique. Muitas Doppelbocks têm nomes terminando em “-ator”, como tributo ao protótipo Salvator ou para se aproveitar da popularidade da cerveja.

Comentários: A maioria das versões é de coloração escura e podem apresentar caramelização e melanoidinas devido à decocção, mas excelentes versões claras também existem. As versões claras não apresentam a mesma riqueza e sabor de maltes escuros em comparação com as versões mais escuras, mas costumam ser um pouco mais secas, mais lupuladas e amargas. Enquanto a maior parte dos exemplos está entre os limites descritos, considera-se que este estilo não tenha limite superior para densidade, álcool e amargor (proporcionando assim um ambiente para lagers muito fortes). Qualquer frutado é devido ao Munique e a outros maltes especiais, não a ésteres frutados formados pela levedura durante a fermentação.

Ingredientes: Maltes Pilsen e/ou Viena para versões claras (com um pouco de Munique), maltes Munique e Viena para versões mais escuras e ocasionalmente um toque de maltes mais escuros (como o Carafa). Lúpulos nobres. A dureza da água varia de mole a moderadamente carbonatada. Levedura limpa de lager. Decocção é tradicional.

Estatísticas:

OG: 1,072 – 1,112

IBUs: 16 – 26

FG: 1,016 – 1,024

SRM: 6 – 25

ABV: 7 – 10%
OG – Original Gravity: Densidade Original. Medida da densidade do mostoantes da fermentação, que varia com a quantidade de açúcares em solução.
IBU – International Bittering Units: Unidades Internacionais de Amargor. Escala referente ao amargor do lúpulo.
FG – Final Gravity: Densidade Final. Medida da densidade do mosto fermentado. A relação entra a OG e a FG ajuda a estimar o teor alcoólico da cerveja final.
SRM – Standard Reference Method: Método Padrão de Referência, relativo à cor da cerveja, sendo valores mais baixos para cores mais claras e valores mais altos para cores mais escuras.
ABV – Alcohol by Volume: Volume de álcool por volume total de líquido (álc./vol.). Expressa o teor alcoólico.
 

CERVEJAS NACIONAIS:

·         Guimas Beer Doppelbock

·         Eisenbahn Doppelbock Clara

·         Abadessa Emigrator

·         Opa Bier Doppelbock

·         Baden Baden Celebration

·         Alenda Bier Doppelbock





 
 

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