Novos negócios em produção e
serviços se proliferam e ganham cursos com informações sobre o mercado e
caminho das pedras na burocracia nacional. Muitos dos novos empreendedores da
cerveja tiveram o primeiro contato com o mercado profissional através de um
hobby: o de produzir a própria cerveja. Muitos dos rótulos hoje disponíveis nas
prateleiras de grandes redes de supermercado e balcões de bares especializados
foram originalmente criados na panela de um cervejeiro caseiro. E antes de
chegar ao copo do consumidor passaram por um longo processo que envolve
aprovação do Ministério da Agricultura (MAPA) e pode levar até dois anos. Nada que os faça desistir.
Basta entrar numa feira de cerveja e ver os estandes desses novos rótulos
lotados de gente ávida por informações para ter certeza que ainda há muito
espaço para crescer.
No Brasil, a cerveja é
considerada legalmente cerveja quando possui, no mínimo, 55% de cereais
maltados em sua composição. Isso é pouco, pois faz com que sua qualidade seja
muito inferior às outras cervejas que não fazem uso de adjuntos cervejeiros que
são usados por grandes cervejarias para baratear os custos de produção, como
arroz e milho. As cervejas especiais são produzidas com 100% de cereais maltados, com ou sem a presença de aditivos, com lúpulos de uma ou mais variedades, fermentos de qualidade, entre outros aspectos da receita, para que o produto final tenha qualidade, cores, aromas,
sabores e corpo, nos mais variados estilos produzidos.
O mercado de feiras
especializadas em cervejas artesanais é mais um indicativo da ebulição que vive
o setor. A expectativa de organizadores é de um crescimento anual de 20% a 30%.
Um bom exemplo é o Mondial de la Bière, que acontecerá no Rio, de 20 a 23 de
novembro de 2014. . A marca canadense que aportou no Terreirão do Samba, no ano
passado, ganha em novembro sua segunda edição com espaço 25% maior e
expectativa de atrair 23 mil visitantes, 15% a mais que no ano passado.
Mas, nem tudo são flores...
Mesmo em franca expansão, o mercado interno sofre com obstáculos, carga
tributária exorbitante e falta de logística que, muitas vezes, deixa uma
cerveja artesanal nacional mais cara do que uma cerveja importada. A falta de
uma cadeia nacional de fornecedores, a cobrança de impostos em cascata nas
operações internacionais e interestaduais, a precariedade da logística interna
e a burocracia, enfim, ainda são muitos os problemas...
FONTE: O GLOBO/por Karine
Tavares
MONDIAL DE LA BIERE RIO
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