quinta-feira, 4 de setembro de 2014

UMA PAUSA PARA A HISTÓRIA DA CERVEJA NO MUNDO E NO BRASIL

Por Letícia Souza Gomes e Artur Neves


Acredita-se que a descoberta da cerveja aconteceu a partir de cereais deixados expostos ao relento e, assim, teriam sido fermentados por leveduras presentes no ar.

A origem documentada da cerveja data de 6000 a.C, na região entre os rios Tigre e Eufrates, onde viviam sumérios e babilônios. Esses povos já fabricavam mais de 20 tipos de cerveja de cevada, trigo e mel.

No Egito, a cerveja ganhou status de bebida nacional e era fabricada por sacerdotisas. Zythos era a cerveja egípcia que, além do uso como bebida, era usada em rituais religiosos e também como medicamento.

Na Idade Média, a produção de cerveja ficou a cargo dos monges. Nessa época já existia maior preocupação com o sabor da cerveja e em deixá-la mais nutritiva. Entra em cena o lúpulo que substitui outras ervas usadas na fabricação da cerveja.

Monges beneditinos da cidade de Freising, na Alemanha, foram os primeiros a receber uma autorização profissional para fabricar e comercializar cerveja. Isso, em 1040, na Cervejaria Weihenstephan, ainda em funcionamento e com o título de cervejaria mais antiga do mundo!

Em 1516, o Duque Wilhelm IV da Baviera criou a Reinheitsgebot – a Lei de Pureza Alemã.  A partir dessa lei tornou-se ilegal o uso de outros ingredientes na produção de cerveja que não fossem água de boa qualidade, cevada e lúpulo. Naquela época ainda não se conhecida a levedura ou fermento, uma vez que a fermentação da cevada acontecia pelas leveduras presentes no ar. Mais tarde foram incluídos o trigo e o fermento na lei de pureza alemã, seguida por muitas cervejarias artesanais no Brasil e no mundo.

No século XX ocorrem descobertas importantes que contribuem para a produção de cerveja no mundo: a descoberta da levedura de baixa fermentação (Fermento Lager), utilizada na produção da cerveja Pilsen, a mais consumida no mundo e, Louis Pasteur desenvolveu o processo de pasteurização, com o qual permitiu a conservação da cerveja engarrafada por mais tempo.

No Brasil, até o início do século XIX, a produção de cerveja era feita em pequena escala, por famílias de imigrantes, para consumo próprio. Com a chegada da família real portuguesa, em 1808 e, posteriormente, com a abertura dos portos às nações amigas, teve início o desenvolvimento da produção de cerveja no país, aumentando também o seu consumo.

Na década de 30, pequenas fábricas de cerveja se instalam no Brasil, permitindo um maior consumo da bebida que tinham um preço menor, em relação às cervejas inglesas trazidas em barris.

As primeiras cervejas fabricadas no Brasil eram conhecidas como cerveja de barbante, por causa do amarrado de barbante usado para segurar a rolha. Essas cervejas eram feitas com farinha de milho, gengibre, casca de limão e água.

Pequenas fábricas de imigrantes e filhos de imigrantes se espalharam pelo país, mas fábricas maiores passaram a comprar as cervejarias menores, dificultando seu crescimento e diminuindo a variedade de cervejas.

Na década de 70, nos Estados Unidos, surge o movimento “The Craft Beer Renaissance”. Esse movimento estimulou o renascimento da cerveja artesanal, com o surgimento de milhares de cervejarias artesanais nos Estados Unidos e na Europa. Foram resgatados  estilos de cerveja, primando a qualidade e tradições da bebida.

No Brasil esse movimento é recente, por volta de uma década, mas já apresenta excelentes micro cervejarias, com cervejas premiadas em concursos internacionais, mostrando a qualidade das cervejas produzidas. Bem vindo ao Guia das Cervejas Artesanais do Brasil. Embarque nessa viagem e conheça as cervejarias brasileiras que estão conquistando seu espaço no mundo!










 

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