Escola
Alemã
A escola alemã caracteriza-se pela ortodoxia e
tradicionalismo, seja nos ingredientes, nos métodos de produção ou nos estilos.
Para os alemães, desde 1516, quando foi editada a Reinheitsgebot, a Lei de
Pureza Alemã, criada pelo Duque Guilherme IV na Bavária, estabeleceu-se o
consenso de que os ingredientes básicos da cerveja são: água, malte, lúpulo. A
levedura nao entrou na composição, pois somente mais tarde descobriu-se o
princípio do processo de fermentação. A Lei da Pureza vigorou até 1988, quando
foi suplantada pelas leis da União Européia e recebeu a inclusão do malte de trigo. Os principais estilos da escola cervejeira alemã,
entre as Ales, são Weizen (ou Weiss), Altbier e Kölsch e, entre as Lagers,
Dunkel, Schwarzbier, Rauchbier, Vienna e Bock.
Escola Belga
A escola cervejeira belga é tão tradicional
quanto a alemã, sendo,entretanto muito mais criativa e inventiva, não havendo
limitação de matéria-prima, permitindo então o uso de especiarias, coentro,
cascas de laranja, frutas, aveia, centeio, entre tantos mais. A levedura aparece como componente de destaque, sendo o responsável,
juntamente com as inúmeras combinações de matérias-primas, pela complexidade
aromática das cervejas belgas, que são, em sua maioria, Ales. O catolicismo
medieval impulsionou o surgimento da escola cervejeira belga, onde as cervejas
eram produzidas por monges, dentro dos monastérios e abadias. Entre elas
destacam-se os estilos Pale Ale, Strong Ale, Dubbel e Tripel.
Escola
Inglesa
Quando se fala em
cerveja da Inglaterra, a primeira coisa que vem à cabeça é amargor, resultado
do marcante protagonista lúpulo em muitos dos seus estilos. India Pale Ale,
Bitter, Porter e Barley Wine são estilos de destaque desta que é uma das
maiores escolas. Os estilos de cervejas desta
escola foram se transformando conforme o contexto histórico vivido pelos países
integrantes. Das primeiras Ales, bastante maltadas e pouco amargas,
sobreviveram os estilos Barley Wine e Strong Scotch Ale; com a introdução do
lúpulo, surgiram as Bitters que logo se popularizaram; durante a Revolução
Industrial, surgiu a Porter; durante a época das conquistas territoriais, com a
necessidade de transportar as cervejas por longas viagens marítimas até as
colônias, surgiram os estilos mais robustos, como as India Pale Ales e Stouts.
Outros estilos importantes desta escola são: Irish Red Ale, Brown Ale, as
inúmeras variações de Porters e Stouts (Brown Porter, Robust Porter, Dry Stout,
Russian Imperial Stout, entre outras).
Escola Escocesa
A escola cervejeira da Escócia é bastante
peculiar. Isso se deve ao isolamento geográfico aliado à influência dos vikings
e, ainda, à impossibilidade do cultivo do lúpulo. Os escoceses cultivam todo o
malte necessário para a produção do whisky e da cerveja. Como resultado, as
cervejas escocesas tem o sabor do malte bem marcado e quase não apresentam
amargor e aromas de lúpulo. A escola escocesa possui apenas quatro estilos,
todos da família Ale, que são Light Ale, Heavy Ale, Export Ale e Strong Ale.
Escola Francesa
Conhecida primordialmente pelos vinhos, é de se
estranhar que a França também faça parte da história das cervejas. Ajudada pela
sua fronteira com a Bélgica, a escola cervejeira francesa é modesta com apenas
dois estilos, Bière de Garde e Saison, mas isso é compensado pela sua
representatividade nas listas de ótimas cervejas.
Escola Irlandesa
Poucas cervejas possuem a popularidade que a
Guinness alcançou. Por isso, a Irlanda é primordialmente caracterizada pelo
estilo Stout. Mas nao é só desse pint que se compõe sua tradição cervejeira.
Red Ale e Porter também estão nos pedidos dos pubs e nas origens das cervejas
irlandesas.
Escola Tcheca
O país que mais bebe cerveja no mundo e que
originou o estilo de cerveja mais consumido no mundo - Pilsen, a República
Tcheca briga pelo título de melhor cerveja. Sem dúvida é um país que tem a
cerveja como patrimônio nacional.
Escola Americana
Os Estados Unidos representam a maior escola
cervejeira do Novo Mundo. Recebeu as tradições das cervejarias inglesas e
holandesas e manteve forte a produção de Ale no país. Somente depois, com a
imigração alemã, as Lagers também caíram no gosto americano. Com a proibição da
produção de cervejas no país, poucas cervejarias sobreviveram. Quando a lei foi revogada, as grandes cervejarias
dominaram o mercado. Contudo, desde o ressurgimento da produção artesanal de
cervejas na década de 1980, os Estados Unidos apresentam uma grande variedade
de estilos de boa qualidade, isso graças a diferentes qualidades de lúpulo,
entre outros ingredientes, bem como por influencia de diferentes tradições de
origem européia. No mais, guardam originalidade e mostram
personalidade própria em estilos como India Pale Ale, Blond Ale, Brown Ale e
Stout.
Canadá, Nova Zelândia, Austrália e
Brasil também vão felizmente pelo mesmo caminho dos Estados Unidos - cada qual
recebendo diferentes influências do Velho Mundo e criando rótulos com toques
regionais.
FONTE:
CERVEJAS, BREJAS E BIRRAS (MAURICIO BELTRAMELLI)
REVISTA BEER LIFE
HAVE A NICE BEER
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