terça-feira, 25 de novembro de 2014

VAMOS FALAR DE ESCOLAS CERVEJEIRAS?

Por Letícia Souza Gomes e Artur neves


Escola Alemã

A escola alemã caracteriza-se pela ortodoxia e tradicionalismo, seja nos ingredientes, nos métodos de produção ou nos estilos. Para os alemães, desde 1516, quando foi editada a Reinheitsgebot, a Lei de Pureza Alemã, criada pelo Duque Guilherme IV na Bavária, estabeleceu-se o consenso de que os ingredientes básicos da cerveja são: água, malte, lúpulo. A levedura nao entrou na composição, pois somente mais tarde descobriu-se o princípio do processo de fermentação. A Lei da Pureza vigorou até 1988, quando foi suplantada pelas leis da União Européia e recebeu a inclusão do malte de trigo.  Os principais estilos da escola cervejeira alemã, entre as Ales, são Weizen (ou Weiss), Altbier e Kölsch e, entre as Lagers, Dunkel, Schwarzbier, Rauchbier, Vienna e Bock. 





Escola Belga

A escola cervejeira belga é tão tradicional quanto a alemã, sendo,entretanto muito mais criativa e inventiva, não havendo limitação de matéria-prima, permitindo então o uso de especiarias, coentro, cascas de laranja, frutas, aveia, centeio, entre tantos mais. A levedura aparece como componente de destaque, sendo o responsável, juntamente com as inúmeras combinações de matérias-primas, pela complexidade aromática das cervejas belgas, que são, em sua maioria, Ales. O catolicismo medieval impulsionou o surgimento da escola cervejeira belga, onde as cervejas eram produzidas por monges, dentro dos monastérios e abadias. Entre elas destacam-se os estilos Pale Ale, Strong Ale, Dubbel e Tripel.





Escola Inglesa

Quando se fala em cerveja da Inglaterra, a primeira coisa que vem à cabeça é amargor, resultado do marcante protagonista lúpulo em muitos dos seus estilos. India Pale Ale, Bitter, Porter e Barley Wine são estilos de destaque desta que é uma das maiores escolas. Os estilos de cervejas desta escola foram se transformando conforme o contexto histórico vivido pelos países integrantes. Das primeiras Ales, bastante maltadas e pouco amargas, sobreviveram os estilos Barley Wine e Strong Scotch Ale; com a introdução do lúpulo, surgiram as Bitters que logo se popularizaram; durante a Revolução Industrial, surgiu a Porter; durante a época das conquistas territoriais, com a necessidade de transportar as cervejas por longas viagens marítimas até as colônias, surgiram os estilos mais robustos, como as India Pale Ales e Stouts. Outros estilos importantes desta escola são: Irish Red Ale, Brown Ale, as inúmeras variações de Porters e Stouts (Brown Porter, Robust Porter, Dry Stout, Russian Imperial Stout, entre outras).




Escola Escocesa

A escola cervejeira da Escócia é bastante peculiar. Isso se deve ao isolamento geográfico aliado à influência dos vikings e, ainda, à impossibilidade do cultivo do lúpulo. Os escoceses cultivam todo o malte necessário para a produção do whisky e da cerveja. Como resultado, as cervejas escocesas tem o sabor do malte bem marcado e quase não apresentam amargor e aromas de lúpulo. A escola escocesa possui apenas quatro estilos, todos da família Ale, que são Light Ale, Heavy Ale, Export Ale e Strong Ale.




Escola Francesa

Conhecida primordialmente pelos vinhos, é de se estranhar que a França também faça parte da história das cervejas. Ajudada pela sua fronteira com a Bélgica, a escola cervejeira francesa é modesta com apenas dois estilos, Bière de Garde e Saison, mas isso é compensado pela sua representatividade nas listas de ótimas cervejas.




Escola Irlandesa

Poucas cervejas possuem a popularidade que a Guinness alcançou. Por isso, a Irlanda é primordialmente caracterizada pelo estilo Stout. Mas nao é só desse pint que se compõe sua tradição cervejeira. Red Ale e Porter também estão nos pedidos dos pubs e nas origens das cervejas irlandesas. 




Escola Tcheca

O país que mais bebe cerveja no mundo e que originou o estilo de cerveja mais consumido no mundo - Pilsen, a República Tcheca briga pelo título de melhor cerveja. Sem dúvida é um país que tem a cerveja como patrimônio nacional. 




Escola Americana

Os Estados Unidos representam a maior escola cervejeira do Novo Mundo. Recebeu as tradições  das cervejarias inglesas e holandesas e manteve forte a produção de Ale no país. Somente depois, com a imigração alemã, as Lagers também caíram no gosto americano. Com a proibição da produção de cervejas no país, poucas cervejarias sobreviveram.  Quando a lei foi revogada, as grandes cervejarias dominaram o mercado. Contudo, desde o ressurgimento da produção artesanal de cervejas na década de 1980, os Estados Unidos apresentam uma grande variedade de estilos de boa qualidade, isso graças a diferentes qualidades de lúpulo, entre outros ingredientes, bem como por influencia de diferentes tradições de origem européia. No mais, guardam originalidade e mostram personalidade própria em estilos como India Pale Ale, Blond Ale, Brown Ale e Stout. 



Canadá, Nova Zelândia, Austrália e Brasil também vão felizmente pelo mesmo caminho dos Estados Unidos - cada qual recebendo diferentes influências do Velho Mundo e criando rótulos com toques regionais.








FONTE: CERVEJAS, BREJAS E BIRRAS (MAURICIO BELTRAMELLI)
              REVISTA BEER LIFE
              HAVE A NICE BEER


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